China errou em banir o Bitcoin, diz vice-reitor de universidade de Hong Kong

Wang Yang, vice-reitor da Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong (HKUST), acredita que a China errou ao banir as criptomoedas. Um dos principais pontos apresentados é, obviamente, a questão fiscal. Isso porque a mineração de Bitcoin gerou US$ 4 bilhões (R$ 22 bilhões) em impostos para os EUA, país que recebeu grande parte.

Junho 28, 2024 - 08:42
Junho 28, 2024 - 08:50
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China errou em banir o Bitcoin, diz vice-reitor de universidade de Hong Kong

Wang Yang, vice-reitor da Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong (HKUST), acredita que a China errou ao banir as criptomoedas. Um dos principais pontos apresentados é, obviamente, a questão fiscal.

Isso porque a mineração de Bitcoin gerou US$ 4 bilhões (R$ 22 bilhões) em impostos para os EUA, país que recebeu grande parte da indústria após o banimento do Bitcoin na China em 2021.

No entanto, outro ponto destacado são as eleições presidenciais americanas. Caso Donald Trump seja o próximo presidente dos EUA, o vice-reitor da HKUST acredita que a China deverá repensar suas políticas.

Nas últimas semanas, Trump afirmou que todos os bitcoins deveriam ser gerados em seu país. Um convite para que mais empresas migrem para os EUA, aumentando o controle americano sobre o setor.

China pode desbanir o Bitcoin?

As palavras de Wang Yang foram ditas na quarta-feira (26) durante um evento realizado pela HashKey. Na oportunidade, o vice-reitor da Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong reconheceu que, entre 2012 e 2014, ele acreditava que o Bitcoin era um golpe, mas que mudou seu pensamento.

De qualquer forma, Yang continua com seu pensamento estatista. Isso porque uma das ideias apresentadas por ele foi o envolvimento de empresas estatais na mineração de Bitcoin.

Em outras palavras, a população chinesa não seria livre para usar a criptomoeda, mas o governo conseguiria lucrar com isso.

“Internamente, pode ser necessário reavaliar o que são ativos digitais e se devemos abraçá-los.”

Parte dessa mudança de pensamento já pode ser vista em Hong Kong, que aprovou ETFs de Bitcoin e Ethereum em abril deste ano, três meses após os EUA. Portanto, é possível que a mineração também entre nos planos do governo da China.

Taxa de hash do Bitcoin em queda

Com o preço do Bitcoin variando entre os 60 a 70 mil dólares nos últimos meses e com a introdução de mais um halving em abril, o setor de mineração está sendo pressionado. Ou seja, aqueles que tinham pouca margem de lucro devido a gastos elevados, principalmente de energia, estão precisando desligar suas máquinas.

Isso pode ser visto pela taxa de hash do Bitcoin, que está em queda. Segundo dados do YCharts, após um pico de 721 TH/s (terahash por segundo) em abril, hoje o poder computacional do Bitcoin está em 503 TH/s.

Taxa de hash do Bitcoin em junho de 2024. Fonte: YCharts.
Taxa de hash do Bitcoin em junho de 2024. Fonte: YCharts.

Sendo assim, a China entraria em um mercado muito competitivo, precisando buscar soluções para baratear a produção. Uma tarefa difícil, mas que poderia ser estudada para oferecer uma resistência à dominância dos EUA.

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