Dólar Tem Forte Alta e Fecha a R$ 5,59: Impactos da Selic e Cenário Internacional

O dólar voltou a registrar uma forte valorização nesta sexta-feira, encerrando o dia cotado a R$ 5,59, uma alta de 1,99%. Esse movimento reflete as incertezas em relação à política monetária tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, com destaque para as declarações confusas do diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo.

Nesta sexta-feira, o dólar apresentou uma valorização expressiva, fechando a R$ 5,59, com alta de 1,99%. Esse avanço ocorreu após a moeda americana ter encerrado o dia anterior com uma alta de 1,97%, sendo cotada a R$ 5,58. O mercado reagiu principalmente às expectativas sobre a trajetória das taxas de juros nos Estados Unidos, além de dados econômicos que indicam uma possível desaceleração na economia americana.

A alta do dólar foi a maior desde 19 de abril de 2023, quando a moeda subiu 2,21%. Esse movimento também foi influenciado por fatores internos, como as declarações controversas de Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária do Banco Central do Brasil, que afirmou que não há restrições quanto a possíveis aumentos na Selic, caso necessário. Galípolo, no entanto, revisou suas palavras, afirmando que foi mal interpretado, mas a reação do mercado já estava consolidada.

Nos Estados Unidos, novos dados revelaram um aumento nos pedidos de seguro-desemprego, sugerindo que o mercado de trabalho pode estar esfriando. Esse cenário elevou as expectativas de que o Federal Reserve possa iniciar um ciclo de afrouxamento monetário mais cedo do que o esperado, o que está sendo amplamente discutido pelos investidores. O encontro em Jackson Hole, onde Jerome Powell, presidente do Fed, fará um discurso, é aguardado com grande expectativa, pois poderá fornecer pistas sobre os próximos passos do banco central americano.

A possível redução na taxa de juros pelo Fed tem gerado um aumento nos rendimentos dos Treasuries, tornando o dólar mais atraente em comparação a ativos de maior risco, como as moedas de países emergentes, incluindo o real brasileiro. Essa situação pressiona ainda mais o câmbio, contribuindo para a alta do dólar no Brasil.