Milei defende livre concorrência de moedas na Argentina e cita Bitcoin
Javier Milei, renomado economista argentino, advoga pela livre concorrência de moedas na Argentina, incluindo o Bitcoin, como uma forma de diversificar e fortalecer o sistema financeiro, desafiando o monopólio estatal da moeda.
Javier Milei, presidente da Argentina, usou as redes sociais nesta quarta-feira (19) para falar com o povo argentino. Como destaque, afirmou que a população é livre para usar o Bitcoin como meio de pagamento, não havendo nenhuma proibição para isso.
Libertário, Miler deseja que o mercado determine qual moeda sairá vencedora. Ao que tudo indica, o peso argentino está longe de ser a primeira escolha.
Isso porque, apesar de Milei ter pegado uma economia em ruínas para reconstruir, a moeda argentina caiu logo após sua vitória, justamente por promessas nesse mesmo tom.
Segundo o câmbio oficial, hoje são necessários 905 pesos para comprar 1 dólar. Há 5 anos, a cotação estava em 42:1. Já no mercado paralelo, aquele usado pela população, são necessários 1.300 pesos para adquirir 1 dólar.
Javier Milei diz que argentinos são livres para escolher sua moeda
No final do mês passado, a Argentina se reuniu com El Salvador para explorar a adoção do Bitcoin em seu país. Já nesta quarta-feira (19), Javier Milei também tocou no assunto, afirmando que cidadãos e empresas são livres para usar Bitcoin ou qualquer outra moeda que desejarem.
“Bitcoin para todos”, disse um argentino para Milei no Twitter.
“Haverá livre concorrência de moedas, então se você quiser usar o Bitcoin não haverá problemas”, respondeu o presidente argentino. “E você também poderá usar outras unidades como o WTI, BTU e aquela que lhe parecer mais adequada para o seu negócio.”
“Além disso, contabilmente, isso é resolvido pelo método da moeda funcional.”
Habrá libre competencia de monedas así es que si querés usar el Bitcoin no habrá problemas… y también podrás usar otras unidades como el WTI, BTU y la que te resulte más acorde en tu negocio…
Es más contablemente se resuelve por el método de moneda funcional…— Javier Milei (@JMilei) June 19, 2024
Em relação a ‘moeda funcional’, Milei quer dizer que cidadãos e empresas podem aceitar quaisquer moedas (e até mesmo mercadorias) que quiserem, mas no final do dia ainda precisarão reportar suas receitas na moeda local, o peso argentino.
Sendo assim, o peso continuaria sendo a unidade de conta, servindo como base para cálculos de terceiros como investidores, credores e até mesmo para o fisco da Argentina.
Inflação na Argentina continua nos 3 dígitos
Segundo dados do Trading Economics, a inflação anual da Argentina está em 276%. Apesar de já ter caído em relação ao mês anterior, a porcentagem mostra que nosso país vizinho continua longe de ter uma economia estável.
O que mais surpreende, no entanto, é que o peso argentino conseguiu bater o real brasileiro. Os dados foram apresentados por Robin Brooks, executivo da The Brookings Institution.
“O Real brasileiro é a moeda de mercado emergente com pior desempenho no ano até agora”, escreveu Brooks. “Pior do que Argentina, Turquia ou México.”
Brazil's Real is the worst performing EM currency year-to-date. Worse than Argentina, Turkey or Mexico. There's a carry trade unwind hitting all EM, but this should still give Brazil's policy makers pause. This weakness in the Real tightens financial conditions and hurts growth. pic.twitter.com/ARL9fxGlz8
— Robin Brooks (@robin_j_brooks) June 19, 2024
Qual é a sua reação?
